Drex: especialista explica nova moeda digital brasileira

(Foto: Divulgação/Bacen)

(Imagem: Banco Central do Brasil)

‘Real Digital’ promete maior agilidade em investimentos, além de economia em compras e assinaturas de serviços.

O Banco Central (BC) anunciou, na última semana, a primeira moeda digital brasileira: o Drex, que será a primeira moeda digital brasileira. O objetivo é integrar em um único sistema dinheiro e ativos financeiros, como títulos públicos, ações e certificados de propriedade. A previsão de lançamento é para o fim de 2024.

Entre os benefícios prometidos pelo BC estão: investimentos mais rentáveis; maior velocidade e disponibilidade para investir, sem horários bancários; além de possibilitar a criação de produtos, como utilização de ações para pedir empréstimos em instituições financeiras.

Para João Ramalho, especialista em negócios e moedas digitais, com a ampliação do acesso a esses serviços, o Drex poderá proporcionar um impacto positivo na economia do Brasil.

“A inovação é bem-vinda por possibilitar mais celeridade e segurança em operações que antes dependiam de validações mais complexas, podendo também baratear determinados serviços financeiros”, defende.

Como vai funcionar a nova moeda digital brasileira, na prática?

Compras e vendas, como de imóveis e carros, por exemplo, poderão ser realizadas usando o Drex como moeda. De acordo com o Banco Central, o programa de computador do banco saberá que só pode entregar o dinheiro ao vendedor quando o produto for passado para o nome do comprador. Tudo sem conciliação bancária ou checagem em cartório.

O mesmo ocorreria com assinatura de serviços, como os de plataformas de streaming, onde atualmente há custos de bandeira de cartão e de banco emissor, por exemplo. O Drex eliminaria a necessidade desses intermediários.

Com a implementação do sistema, o usuário também poderá fazer investimentos ou resgates de produtos financeiros 24 horas por dia, incluindo finais de semana e feriados. Ainda é esperada a redução nos custos para emissão da dívida por empresas.

“Esse movimento de digitalização da moeda é uma tendência global. Somente em 2023, os Bancos Centrais de 114 países anunciaram a possibilidade de adoção de tecnologias nesse formato”, afirma João Ramalho.

Drex vs. Bitcoin vs. Pix

Entretanto, não se deve confundir o Drex com criptomoedas ou moedas digitais, muito menos com o Pix, que é um sistema de pagamentos.

“Ele [Drex] tem perfil centralizado e regulado, além de estar atrelado ao preço do Real, sendo uma representação digital da nossa moeda, que opera em uma plataforma específica”, pontua o especialista.

Mas é seguro?

Apesar de prometer mais segurança às compras e investimentos, o Banco Central divulgou poucas informações sobre a proteção dos dados dos usuários e a implementação do Drex.

“Um desdobramento mais polêmico dessa inovação é um menor grau de privacidade em transações privadas e aumento da interferência estatal no controle dessas operações, o que dá abertura para intervenções que alguns podem considerar negativas”, conclui João Ramalho.

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