Cesta de Natal pode ficar quase 30% mais cara em Maceió este ano

(Foto: Maíra Sobral/Mercatus)

Produtos estão sendo afetados pela inflação natalina, explica especialista.

Este ano, o custo dos itens da cesta de Natal pode ficar até 29,63% mais alto em relação ao ano passado. É o que aponta uma pesquisa do Procon Alagoas nos supermercados e lojas de Maceió.

Os dados mostram que, em 2020, a cesta natalina com o valor mais alto ficou na casa dos R$ 270, enquanto que este ano o valor subiu para R$ 349,99. A pesquisa inclui desde produtos de decoração a alimentos típicos como panetone, vinho e peru.

O economista Pedro Neves esclarece que os alimentos típicos dessa época do ano acabam sofrendo uma alteração significativa por causa da inflação natalina, que atualmente, segundo índice da FGV, está acima de 5% no acumulado dos últimos 12 meses.

“Existe a inflação ampla, que já está em um patamar acima de 10%. Boa parte dessa alta acumulada da inflação está concentrada nos alimentos. E como a chamada inflação natalina se baseia especificamente na ceia, ela vai pegar boa parte dessa alta”, esclarece.

Outro fator destacado por Pedro que influencia a precificação nos mercados é que alguns produtos são importados, enquanto outros são muito exportados e, portanto, sofrem um pouco mais com a inflação devido a variação cambial.

Preços e produtos

Na pesquisa deste ano, o item com preço mais barato, encontrado em uma loja do centro da capital alagoana, custa R$ 2 e se trata da unidade da bola de Natal, usada para decorar as árvores. Por outro lado, o produto mais caro foi uma cesta natalina encontrada em um supermercado no bairro do Farol, avaliada em R$ 349,99.

Enquanto faz as compras do mês, a psicóloga Carmem Costa, conta que são justamente os produtos da cesta que estão mais caros individualmente.

“Em relação ao ano passado aumentou muita coisa, a diferença de preço é bem considerável. Os produtos que a gente vai usar mais nessa época deram uma grande alterada, como o frango, passas, azeitona, queijo”.

Para Joelma Santos, que atualmente está desempregada, o jeito para driblar a variação de preços foi pesquisar em três mercados de diferentes bairros da cidade e comprar item por item nos estabelecimentos mais em conta.

“Estou pesquisando os ingredientes para fazer um prato de sobremesa para o Natal. Nesse supermercado encontrei o leite condensado com preço melhor do que nos outros dois, então já vou levar”, explica.

Outra alternativa que a família de Joelma encontrou para equilibrar o orçamento da noite natalina foi dividir os preparativos entre cada um dos participantes da ceia.

“Somos seis irmãs e dividimos para cada uma levar um prato e sua bebida. Assim fica melhor para a gente e a ceia está garantida para todos na casa da minha mãe”, diz Joelma.

Mesmo assim, a dona de casa revela que algumas iguarias típicas vão ficar de fora da cesta de Natal, como o peru.

O economista Pedro Neves enfatiza que hábitos como o de Joelma são a melhor opção para economizar na hora de adquirir os ingredientes da ceia e conseguir levar todos os produtos necessários e de boa qualidade.

“Há uma diferença muito grande entre os supermercados, então vale a pena o consumidor ficar atento e fazer a pesquisa”, aconselha o economista.


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Estagiária de jornalismo

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