Se você já se convenceu da importância de globalizar seus investimentos, a primeira pergunta que deve surgir na sua mente é: Por onde eu começo?
Como sempre falo por aqui, o grande benefício de investir no exterior não é a mera busca por investimentos que apresentem retornos mais altos, mas sim a busca por ativos que apresentem bons retornos dado um certo nível de risco.
É natural que as bolsas de valores americanas sejam o pontapé inicial para sua alocação internacional, já que estamos falando do mercado onde são negociadas as ações das empresas mais relevantes em nível global.
Dito isso, é importante frisar que o primeiro objetivo do investidor global é ter uma carteira verdadeiramente diversificada. Ou seja, investir no mercado americano é só o primeiro passo para uma alocação, de fato, global.
Podemos dizer que é aquele momento em que você coloca seu dedinho para medir a temperatura da água da piscina. Digo isso pois vejo muitos clientes acharem que basta comprar IVVB11 (ETF negociado na bolsa brasileira que compra a carteira teórica do S&P 500) e já considera que sua carteira está com exposição internacional.
Para onde olhar antes de investir no exterior?
“O mercado está batendo máximas históricas? Os juros podem subir e prejudicar a bolsa? O país está crescendo ou pode crescer mais do que a média?” Essas são algumas perguntas que você deve fazer a si mesmo antes de decidir alocar seus recursos em um mercado estrangeiro.
Como as respostas para essas perguntas são bastante complexas, é interessante que você busque um especialista que faça essa interpretação por você, e aloque seu portfólio da forma mais eficiente, levando em consideração seus objetivos pessoais.
O que posso dizer de forma simplificada é que, se você observar que um país está numa curva de crescimento de PIB (Produto Interno Bruto) acima da média de seus pares, este já é um excelente indicador de que este mercado provavelmente apresenta uma tendência de alta.
Devo esperar o dólar baixar para começar a investir no exterior?
Não! Tentar prever se o dólar vai cair ou subir é uma péssima ideia. Se você vai alocar uma grande quantia de dinheiro, é interessante diversificar suas alocações no tempo, ou seja, vá montando suas posições periodicamente (mensalmente, trimestralmente, semestralmente etc.). Isso é uma medida de proteção suficiente para te proteger da variação cambial.
Tenho uma grande quantia de dinheiro. Qual a maneira mais eficiente de investir no exterior?
Isso depende do que você considera uma grande quantia de dinheiro. Se estamos falando de uma quantia que seja maior do que 1 milhão de dólares, você já tem um patrimônio acumulado suficiente para estruturar uma offshore através de uma conta PJ.
Se você ainda não possui essa quantia, mas possui centenas de milhares de reais ou alguns milhões de reais, pode investir diretamente através de corretoras ou plataformas de investimento internacionais.
Tenho pouco dinheiro e quero investir em ações globais. É possível?
Nesse caso, eu diria que a forma mais eficiente para um leigo que possui pouco dinheiro e quer acessar o mercado internacional seria investir em fundos de investimento que investem no exterior, através de bancos ou corretora de investimentos, ou avaliar posições em IVVB11 na bolsa brasileira (B3), que está cotado hoje em cerca de R$ 287,00.
Se você tem objetivos de longo prazo e uma boa renda mensal, outro instrumento interessante são as previdências internacionais, disponíveis em corretoras brasileiras e também no exterior, que também apresentam uma vantagem tributária e sucessória se comparado a alternativa de investimento direto em ações. Assim, poderá construir sua aposentadoria de forma dolarizada ao longo da vida.
Arthur Stuart é formado em Direito, sócio-fundador do Grupo SG e Assessor de Investimentos e Correspondente Cambial, atuando no mercado financeiro desde 2019.