Metaverso, o novo mundo ‘Figital’, e um olhar de Nietzsche sobre o assunto

(Imagem: Rafael Moco/Josan Gonzalez/Milton Menezes)

Tio Zuckerberg, mais uma vez, por aqui. Agora ele apronta com um investimento de cerca de 50 milhões de dólares na construção de um sistema baseado no conceito de metaverso.

Essa onda já está começando a ser surfada por empresas proprietárias dos jogos “Roblox”, “Fortnite” e “Minecraft”, que são jogos muito populares no meio dos jovens.

Mas afinal o que é metaverso?

Existem muitos conceitos e muito se fala porque, simplesmente, o metaverso não existe ainda.

Mas qual seria a possibilidade, de fato, de podermos conectar o mundo físico ao digital = Figital?

No mundo Figital teríamos três dimensões, a dimensão física onde estão as lojas da década de 1950, antes da chegada dos primeiros computadores e equipamentos eletrônicos de processamento de informação. Lá, tudo era físico.

A dimensão digital, que começa a aparecer na década de 1970 com os computadores, na década dos anos 80 com os celulares e os CDs, começa a se tornar ubíqua dos anos 2000 em diante.

E a dimensão social, que aparece na década de 90 com a internet comercial e que se torna universal depois da década de 2000.

De um lado habilitada por nuvens computacionais e de outro empoderando pessoas com smartphones (Silvio Meira, 2021).

Agora que já foram lançadas as bases, você entende que metaverso é o uso ou a prática, de fato, de universos paralelos, como jogos, novos sistemas, redes sociais com as três dimensões citadas por Meira.

“Você já teve um sonho que tinha certeza de que era real? E se você não pudesse acordar? Como você saberia a diferença entre sonho e realidade?” – Matrix

A utilização de universos paralelos está se tornando importante na nossa sociedade contemporânea, mas é preciso ter cuidado com essa tecnologia. Já imaginou interagir no dia a dia com a Siri, você com o seu avatar e ela com o dela, em um universo paralelo?

Ou até mesmo a criação de um mundo ideal para você viver, um mundo só de felicidades e do culto ao prazer?

Será que tudo isso não é muito perigoso?

A fuga da realidade é uma característica inerente ao ser humano. Segundo Nietzsche, um dos maiores filósofos do século XIX, os homens inventaram o ideal para negar o real. “Logo, devemos viver uma vida sem ilusões, sem nada que possa ser usado para justificar nossas fraquezas e misérias, ou que nos façam fugir da realidade.”

Para Layla Kamila Santos, Head of Social Media – Ziza Fernandes. “A ideia ambiciosa é recriar a experiência real no ambiente digital, como: trabalhar, se divertir, sair com os amigos, aprender, comprar etc. O que hoje é conhecido como uma “rede social” se tornará uma empresa de metaverso, onde o real e o virtual se fundem. Estamos preparados?”.

Então é isso, o metaverso é uma realidade que, em breve, estará disponível para algumas pessoas degustarem e outras pessoas, simplesmente, substituírem o real pelo metaverso.

Qual dos dois você vai querer? Essa é a grande questão.


Dheiver Santos é professor, Pesquisador e Empreendedor. Cientista de Dados Sênior no Grupo Boticário/GAVB, Mentor de Negócios no Founder Institute Brazil, Pesquisador na Rede BRIDGE, Consultor Empresarial, Prof. Doutor Estácio de Sá – Alagoas ensinando cadeiras na área de tecnologia da Informação (Sistemas operacionais). Possui Doutorado em Engenharia Química pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) em parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Possui mais de duzentas produções científicas na base Lattes e mais de 15 anos de experiência de mercado.


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