O fim do ciclo de cortes na Selic afeta diretamente o mercado imobiliário.
Após os últimos anos com a taxa de juros básica alcançando as mínimas histórias, a Selic voltou a crescer e o mercado já prevê que a taxa chegará a pelo menos 8% ao final do ano.
Dessa forma, os principais bancos do país elevaram o custo do financiamento imobiliário, tendo em vista que a Selic funciona como base para concessão do crédito para aquisição de imóveis. Confira como fica:
- Bradesco: a partir de 6,9% a.a. + TR.
- Caixa: a partir de 7% a.a. + TR.
- Itaú: de 6,9% a.a. + TR para 7,3% a.a. + TR.
- Santander: 6,99% a.a. + TR para 7,99% +TR.
Todavia, apesar da tendência de crescimento na taxa de juros, o financiamento imobiliário com recursos da poupança cresceu 79%. Essa modalidade de crédito movimentou R$ 136 bilhões, mostrando que, apesar da elevação do custo, o brasileiro continua priorizando a compra de imóveis.
É obvio que o crescimento da Selic é maléfico para o mercado imobiliário, principalmente porque atrelado ao custo do material de construção, representa que o valor dos imóveis continuará a subir, reduzindo o poder de compra do brasileiro médio.
Mas não podemos esquecer que o Brasil já enfrentou taxa de juros com dois dígitos e, mesmo assim, o mercado imobiliário continuou sendo responsável pela geração de milhões de empregos no país.
Provavelmente, a intensidade do crescimento irá reduzir, mas o mercado imobiliário manterá bons números. Em Alagoas, estão previstos diversos lançamentos ainda em 2021.
Nosso estado apresenta a particularidade do desastre ambiental que envolve o afundamento do solo de diversos bairros da capital. Com isso, nós temos a necessidade de realocar essas pessoas, gerando uma alta demanda por imóveis, principalmente no setor de médio padrão.
Em resumo: Alagoas ainda terá bons anos para o setor da construção civil, com muita oportunidades de negócios.
Charles Vieira é advogado na área empresarial, com foco no setor imobiliário, graduado em Direito pela Universidade Federal de Alagoas, com especialização em Direito Tributário pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, Direito Imobiliário pelo EBRADI/SP e Mestrando em economia e mercado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atualmente exerce a função de Assessor Parlamentar, para assuntos tributários, na Assembleia Legislativa do Estado de Alagoas.
