Como se organizar financeiramente para fazer a viagem dos sonhos em 2023

(Foto: Annie Spratt/Unsplash)

Especialista explica o que levar em conta na hora do orçamento de viagem.

Um planejamento de viagem envolve muito mais do que escolher o destino dos sonhos, reservar passeios e fazer as malas. Para o assessor de investimentos Arthur Stuart, é fundamental ter uma meta de valor para se organizar financeiramente e viajar sem prejudicar as contas domésticas.

E claro, quando se trata de planejamento de viagem para onde quer que seja, a palavra-chave é antecedência. Dessa forma, é possível entender todas as necessidades pertinentes ao destino escolhido para só então estipular um orçamento para viagem. E o valor, o assessor já adianta que poderá variar muito conforme seu estilo e objetivo.

“Tudo depende de quão cara será essa viagem em relação ao seu padrão de vida. Mas, como regra geral, é importante que, com o máximo de antecedência possível, você estabeleça uma meta de valor para poupar mensalmente, deixando essa quantia investida em renda fixa com liquidez, até atingir o seu objetivo”, sugere Stuart.

Por que é importante planejar uma viagem?

O planejamento de viagem é importante para que se tenha tempo suficiente de organizar o quanto gastar, conforme as expectativas e desejos para a viagem. É na hora do planejamento que os cálculos devem ser feitos minuciosamente, como orienta Stuart.

“Para não errar no cálculo da reserva financeira para viagem, é importante listar, categorizar e analisar com precisão quais serão os principais gastos que você terá: hospedagem, transporte, alimentação, ingressos, compras e presentes, etc”, exemplifica.

O assessor de investimentos ainda aconselha que, para ter segurança, depois de finalizar a estimativa financeira, o ideal é tentar poupar 20% a mais do que estimado, como forma de proteção contra qualquer imprevisto ou erro de cálculo. 

Além disso, também é muito importante ter estratégias de autocontrole para evitar extrapolar nos gastos. Por isso, uma dica valiosa é começar a monitorar os hábitos financeiros no dia a dia.

“Se você já tem uma vida financeira equilibrada, muito provavelmente não terá grandes problemas na sua viagem. Evite decisões ‘no calor do momento’, e principalmente cuidado com o cartão de crédito: as parcelas no cartão de crédito não desaparecerão quando a viagem terminar”, alerta.

Como fazer um planejamento de viagem?

Depois de ter estabelecido o destino e o orçamento, o planejamento de viagem começa a se tornar mais prático. Stuart explica que não existe uma antecedência exata para realizar as reservas e compras, mas que cada item da lista deve ser analisado.

“Se estamos falando de comprar roupas e acessórios para a viagem, bem como ingressos para passeios ou coisa parecida, não existe uma regra específica. Esses são itens que dificilmente sofrerão mudanças em seus preços entre a data que você decidiu viajar e a data efetiva da viagem”, comenta.

“Já com relação a reserva de passagens aéreas ou hospedagem a situação é bem diferente. Nesses casos, estamos falando de um mercado muito mais volátil, com tarifas ‘flutuantes’ e sujeitas a todo tipo de oferta-relâmpago”, complementa o assessor.

Para ele, as hospedagens podem ser reservadas o quanto antes, como forma de evitar imprevistos que possam estragar o passeio por completo. Por outro lado, para as passagens aéreas a regra geral é aguardar até três meses para poder comprar.

“Se só faltam três meses para acontecer a sua viagem e você ainda não encontrou aquela ‘promoção imperdível’, é melhor comprar os bilhetes de qualquer jeito, pois a tendência é que os preços só aumentem quão mais próximo da data você se aproximar”, destaca.

Outra dica do assessor é utilizar as ferramentas online que acompanham a flutuação nos preços das passagens e pacotes de viagens, com indicadores se o bilhete está caro ou barato em comparação a outros períodos.

Como organizar o câmbio no planejamento de viagem internacional

Para quem vai fazer uma viagem internacional, os fundos cambiais acabam se tornando uma alternativa atrativa de investimento. Isso pois, o investidor poderá fazer uma aplicação em real visando utilizar o rendimento do valor para compra da moeda estrangeira.

“Um fundo cambial é uma modalidade de fundo de investimento que tem como objetivo principal proteger o investidor da volatilidade de determinada moeda estrangeira na qual ele está investido. Ou seja, ele investe a maior parte do seu patrimônio (até 80%) em determinada moeda estrangeira”, explica o especialista.

Assim, o fundo cambial pode ser um grande aliado para que, caso a viagem seja para os Estados Unidos, por exemplo, seja possível proteger a reserva mensal aplicando-a em dólar enquanto constitui o valor total necessário para viajar.

Entretanto, Stuart avisa que ainda que eficiente para o objetivo que se destina, ter cautela é indispensável para esse tipo de investimento, sendo necessário entender bem a estratégia utilizada.

“É importante frisar que você estará expondo sua reserva financeira para qualquer volatilidade que o dólar sofrer enquanto o valor estiver aplicado. Ou seja, se o dólar passar por uma desvalorização expressiva nesse período, o valor que você aplicou também se desvalorizará em medidas proporcionais”, afirma o assessor de investimentos.

Quando se trata de viagens nacionais, o especialista confirma que o dólar também pode interferir, mas não o suficiente para que todos precisem se preocupar exageradamente com taxas cambiais.

“Esse tipo de situação é algo que, em termos microeconômicos, foge totalmente do nosso controle. Não diria que deve ser prioridade para alguém que está planejando uma viagem nacional se preocupar com isso”, diz Stuart.


Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Estagiária de jornalismo

Mais notícias para você