Preço da gasolina volta a subir, após 15 semanas de queda

(Foto: Marcello Casal jr/Agência Brasil)

Consumidor pagou, na última semana, R$ 4,86 por litro, segundo ANP.

A pesquisa semanal realizada pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) revelou que, na última semana, o preço da gasolina nos postos de combustíveis teve um aumento de 1,47%. O levantamento apontou que, de 9 a 15 de outubro, o consumidor brasileiro pagou R$ 4,86 por litro.

A alta no preço do combustível vem após 15 semanas seguidas de queda.

O aumento foi registrado após nova alta da gasolina na Refinaria de Maritape, que é a maior do Brasil controlada pelo setor privado. A empresa responsável pela operação da refinaria, Acelen, anunciou no último sábado (15) o reajuste de 2% e, sete dias antes, já havia corrigido os valores em 9,7%.

Os anúncios da empresa seguem as variações no mercado internacional. A cotação do barril de petróleo tipo brent registrou forte queda em setembro, chegando a custar US$ 82, mas voltou a subir e ficou acima dos US$ 90 neste mês. A alta teve influência da decisão da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), de fazer um profundo corte na produção.

Preço dos combustíveis x política

A última mudança nos preços das refinarias da Petrobrás foi anunciada no início de setembro: uma redução de 7%. Desde 2016, a empresa adota uma Política de Preços de Paridade de Importação (PPI), vinculando os preços praticados no país aos que são praticados no mercado internacional. A referência é o barril de petróleo tipo brent, que é cotado em dólar.

Baseado no PPI, os combustíveis sofreram um forte aumento no primeiro semestre de 2022, gerando manifestações de insatisfação do presidente da República, Jair Bolsonaro. No mês de maio, ele trocou o comando da estatal pela quarta vez durante seu mandato, nomeando Caio Mário Paes de Andrade.

Além disso, Bolsonaro editou uma medida provisória que desonerava tributos e contribuiu para a queda nos preços dos combustíveis. A MP foi aprovada no Congresso posteriormente.

No entanto, nenhuma mudança no PPI foi anunciada. Nas redes sociais, parlamentares da oposição alertam que o governo pressionou a direção da Petrobrás para segurar os preços durante as eleições.

Em resposta, Bolsonaro diz que a desoneração permitiu a manutenção dos preços no patamar atual, consequentemente, impactando também os preços mais baratos dos alimentos.

De acordo com o cálculo da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), o valor médio da gasolina nas refinarias do país está defasado em R$ 0,30 por litro, ou 8%. A entidade monitora quase diariamente as variações, levando em conta o PPI.

Álcool, diesel e gás de cozinha

Além do preço da gasolina, os postos também aumentaram os preços do etanol hidratado. Este é o segundo aumento consecutivo, com a média do valor do livro saindo a R$ 3,46. O valor é 2,08% mais alto que o registrado no levantamento anterior.

A pesquisa semanal da ANP ainda revela uma alta de 0,33% no preço do gás de cozinha: o botijão de 13 quilos está sendo vendido, em média, a R$ 110,99.

Já o diesel permanece estável, sendo comercializado a R$ 6,51 na semana passada, apenas 1 centavo a menos em relação ao levantamento anterior.


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