Indícios de crimes em pagamentos via Pix crescem quase 3 mil % em um ano

(Foto: Cris Faga/Estadão)

Número de suspeitas chegou a quase 740 mil no primeiro semestre do ano.

Após se tornar um dos meios de pagamento mais utilizados no Brasil, o Pix também passou a ser utilizado para golpes. O Banco Central (BC) registrou, apenas de janeiro a junho deste ano, 739.145 indícios de crimes envolvendo o Pix. O número é 2.818% maior que o registrado no mesmo período de 2021, quando atingiu 25.330.

Em nota, o BC ressalta que os números de registros de 2021 e 2022 não são comparáveis, já que o cenário mudou drasticamente durante o período. A instituição também explica que não é possível saber quais infrações registradas são de fato crime, nem classificar os tipos, já que os dados refletem apenas as suspeitas de fraudes reportadas pelas instituições bancárias.

Até novembro de 2021, os bancos não eram obrigados a notificar o Banco Central, e utilizavam seus próprios mecanismos de combate a fraudes sem registrar ocorrências no BC. Durante dezembro de 2021 e junho de 2022, período após ser determinada a obrigatoriedade de envio das notificações, a instituição registrou 0,007% de transações suspeitas de fraude, do total.

Lançada em novembro de 2020, a ferramenta saltou de 29,5 milhões de transações no primeiro mês após lançamento, para 1,6 bilhão em junho de 2022.

O crescimento dos crimes utilizando o Pix também se devem pelo surgimento de quadrilhas especializadas na modalidade. Também está se tornando cada vez mais comum o roubo de celulares desbloqueados com a finalidade de invadir aplicativos de contas bancárias para realizar transferências.

Outra ilegalidade que tem se multiplicado entre os golpistas para obter quantias por transferências via Pix é entrar em contato pelo WhatsApp com familiares, alegando ser um número novo e estar precisando de dinheiro com urgência.

O que fazer

Com o objetivo de dificultar os crimes, o Pix passou por algumas mudanças no final do ano passado, como a limitação de horários de transferência e valores. Apesar de ser possível rastrear o dinheiro pelas informações que constam na operação, muitos golpistas utilizam contas de laranjas para receber o dinheiro e pulverizam a quantia entre outras contas, dificultando a procura.

A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) alerta e dá dicas para evitar cair em golpes por aplicativos de mensagens. Entre as medidas de segurança, estão:

  • Tomar cuidado com informações publicadas nas redes sociais e evitar deixar o número de celular exposto;
  • Não compartilhar código de autenticação do WhatsApp ou códigos de segurança enviados por SMS;
  • Evitar compartilhar dados pessoais em mensagens;
  • Não compartilhar senhas de acesso (cartão, transações eletrônicas, etc);
  • Não acessar links suspeitos ou enviados por desconhecidos via e-mail, WhatsApp, entre outros;
  • Manter o dispositivo com as últimas atualizações de segurança e solução antivírus;
  • Sempre usar sistemas operacionais e programas legítimos, e apenas baixar aplicativos das lojas oficiais;
  • Não acessar serviços de banco por dispositivos de outras pessoas;
  • Ativar a confirmação em duas etapas do aplicativo;
  • Evitar baixar ou instalar arquivos recebidos por mensagem;
  • Usar biometria facial ou digital para desbloqueio da tela inicial do celular e ativar bloqueio temporário da tela com senha;
  • Manter firewall ativado e evitar usar wi-fi público.

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