De grandes empresas a ambulantes: Pix se consolida e movimenta quase R$ 31 bi em AL

(Foto: Thaynara Monteiro/Mercatus)

Em um ano, número de transações no estado passou dos 83 milhões.

Funcionando há pouco mais de um ano, o Pix se tornou rapidamente um facilitador para pagamentos instantâneos no Brasil. Em Alagoas, a modalidade, criada pelo Banco Central do Brasil (BCB), movimentou quase R$ 31 bilhões no ano de 2021.

O Pix possibilita transferências gratuitas e instantâneas de uma conta para outra através do celular, qualquer dia e hora, diferente do TED e DOC, que possuem restrições de horário e podem demorar mais de um dia para que o dinheiro entre na conta da pessoa que está recebendo, além da cobrança de taxas.

Segundo dados do BCB, obtidos pela Mercatus, o estado contava com 11.892.657 chaves Pix cadastradas do tipo Pessoa Física, e 288.445 do tipo Pessoa Jurídica até dezembro de 2021. Durante o ano, foram mais de 83 milhões de transações utilizando a modalidade em Alagoas.

Em novembro de 2020, quando o Pix começou a funcionar, foram cerca de 53 mil transações no estado, movimentando aproximadamente R$ 141 milhões.

Um ano depois, em novembro de 2021, o número de transações mensal saltou para 11.631.287, totalizando R$ 3,9 bilhões, o que, segundo o economista da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (Fecomércio AL), Victor Hortencio, demonstra o crescimento da adesão ao Pix em Alagoas.

“O que a gente pode ver é que está havendo uma aceitação massiva do Pix nesse último ano, um crescimento exponencial. No ano de 2021, foram 83 milhões de transações por Pix, que movimentaram em dinheiro eletrônico uma média de R$ 31 bilhões. Só para ter uma ideia, o PIB de Alagoas em 2019 girava em torno de R$ 58 bilhões. Então estamos chegando numa média de movimentação um pouco acima da metade do PIB”, acrescenta.

De acordo com o economista, essa aceitação se dá pela praticidade que o método oferece, além da segurança e das taxas de transferências não serem cobradas.

"Todo mundo tem a ferramenta do Pix na mão, que é o celular. As contas digitais se desenvolveram muito nos últimos anos, e isso faz com que as pessoas usem mais as plataformas virtuais de bancos, sendo mais autônomos nesse processo bancário. Fora também que o Pix não tem custo nenhum, ninguém vai passar uma TED para uma pessoa que vende água de coco, porque não vale a pena, já que o preço da mercadoria é menor que o preço da transferência. Essa ausência de custo fez com que houvesse uma adesão massiva da população, além da segurança também. Existem fraudes usando Pix como meio, mas não fraudes com o Pix em si, como desvio de dinheiro, nem outros problemas", explica.

Mesmo durante uma crise econômica, o número de transferências com o Pix não parou de crescer. Segundo Hortencio, isso se deve pelo processo de consolidação do meio de pagamento, que ainda está acontecendo.

(Foto: Thaynara Monteiro/Mercatus)
(Foto: Thaynara Monteiro/Mercatus)

Pix ganha espaço no comércio

Com o crescimento do uso da modalidade, desde grandes empresas até comerciantes informais passaram a utilizar o Pix como forma de pagamento pela mercadoria vendida ou serviço prestado.

É o caso de Pedro Vieira, dono de uma loja de bijuterias no Centro de Maceió, que também optou pela ferramenta. Usando o Pix há aproximadamente quatro meses, Pedro diz que as vendas utilizando a forma de pagamento aumentaram.

"Dá uma ajuda, o atendimento fica mais rápido, e é bem melhor para transferência. É mais seguro, evita que as pessoas andem com dinheiro vivo e cartão. As vendas no cartão também deram uma diminuída, porque no lugar do débito, as pessoas tão usando o Pix, já que não tem taxa e é instantâneo", observa.

De acordo com o economista Victor Hortencio, o método ajuda o comércio por criar facilidades tanto para quem compra, como para quem vende.

Além disso, segundo ele, a modalidade gera uma "inclusão comercial" de vendedores que não utilizavam opções como crédito ou débito.

"O pix cria uma inclusão comercial, porque ele inclui na formalização de crédito e débito pessoas que antes não usavam. Por exemplo: o vendedor de coco na praia, ele vendia a dinheiro vivo, à vista. Um cara que vende caldo de cana, pessoas que vendem bombons, etc, se incluíram essa forma de pagamento por conta da facilidade, da segurança, da rapidez, e com certeza outro pilar que é muito importante que é o custo zero", explica o economista.

Para Hortencio, o uso massivo da população e de ambulantes pode ter feito com que o Pix tivesse uma aceitação maior no mercado informal.

"Grandes empresas, consolidadas também fazem o uso do Pix, porque fogem das taxas e por conta das facilidades e dos benefícios, mas a minha visão é de inclusão de pessoas que antes não usavam. Inclusive, essa movimentação de dinheiro, quase R$ 31 bilhões, antes a gente não tinha como ter uma média, mais apurada e mais próxima da realidade da movimentação, porque muita gente do mercado informal não usava um meio de pagamento registrado pelo BC", conclui.


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