PIB de Alagoas tem crescimento estimado de 6,5% em 2021; entenda cenário

(Foto: Scott Goodwill/Unsplash)

Retomada do turismo e desempenho sucroalcooleiro são fatores para crescimento.

Segundo dados divulgados pelo Governo do Estado na última semana de 2021, considerando até o terceiro trimestre, estima-se o crescimento anual de 6,50% do Produto Bruto Interno (PIB) em Alagoas, se comparado ao mesmo período de 2020.

Os números foram levantados pela Secretaria de Estado do Planejamento, Gestão e Patrimônio (Seplag), em parceria com o IBGE. Segundo o órgão estadual, o crescimento é resultado do saldo positivo nos setores da agropecuária, da indústria e de serviços.

Para o setor da agropecuária os dados apontam um crescimento de 9,82%, enquanto para a indústria o número fica na casa dos 7,89%. O setor de serviços teve alta de 5,39%, a segunda maior do país, segundo o IBGE.

“A indústria e o setor agro no estado tiveram bons resultados. São setores que tracionam a economia regional. A volta dos eventos e turismo doméstico, que impulsionam uma cadeia extensa, também vem colaborando com a recuperação”, detalha o economista Pedro Neves.

(Foto: Divulgação/Agência Brasil)
Safra 21/22 em Alagoas acumula mais de 8,5 milhões de toneladas (Foto: Divulgação/Agência Brasil)

Outros fatores de crescimento

Pedro destaca que, mais do que um cenário favorável nos setores de serviços e comércio — que já representam boa parte da atividade econômica de Alagoas —, outros dois fatores explicam o aumento no PIB estadual.

“O resultado satisfatório se deve a dois motivos: o primeiro é de ordem técnica, a base de cálculo se refere ao ano de 2020 quando o PIB de todas regiões foi negativo. Segundo, em 2021 muitas atividades voltaram, turismo e eventos, por exemplo, e houve uma demanda reprimida para estes segmentos”, pondera.

No entanto, a economia no estado também teve bom desempenho no setor sucroalcooleiro — um dos mais fortes para geração de emprego na região —, com safra 21/22 acumulando mais 8,5 milhões de toneladas de cana processadas, conforme o Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool no Estado de Alagoas (Sindaçúcar-AL).

Recuperação econômica pós-pandemia

Embora o país inteiro continue sofrendo com a pandemia, a queda na quantidade de casos tem permitido a retomada econômica e favorecido o cenário para Alagoas. Porém, visto que a pandemia e a circulação das variantes continuam, o momento é de cautela.

“Ainda é cedo para garantir a plena recuperação, mas há sinais de que as atividades estão entrando em normalidade. Contudo, o Estado tem uma forte dependência de investimentos públicos e do consumo das famílias” explica o economista.

Para ele, o grande desafio será enfrentar um cenário macroeconômico recessivo. Em razão da inflação e taxas elevadas de desemprego que assolam todo o Brasil, o ano de 2022 deverá enfrentar desafios que podem diminuir os investimentos públicos e a demanda de consumo da população.

Entretanto, Pedro afirma que existe uma grande expectativa para as safras do setor agro, com maior produção e investimentos da indústria sucroalcooleira. Deve-se esperar também a plena recuperação do setor de serviços, sendo este influenciado pelo segmento do turismo, educacional e outros serviços prestados às famílias.

Alagoas acima da média nacional

Na última semana de dezembro, o boletim final da Focus — pesquisa divulgada pelo Banco Central (BC) — estimou o PIB nacional de 2021 com crescimento de apenas 4,5%. Assim, os dados da Seplag apontam para um desempenho do estado de Alagoas acima dos resultados para o país.


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Estagiária de jornalismo

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