O que você deve saber antes de migrar de carreira em 2022

(Design: Amanda Georgevich)

Especialista aconselha candidatos a se atentarem aos movimentos do mercado.

Ainda no Ensino Médio, parte dos adolescentes precisa fazer uma escolha: qual profissão seguir, em teoria, para o resto da vida? A escolha, geralmente feita antes de atingir a maioridade, nem sempre é certeira, e muitos acabam mudando de carreira mesmo após anos atuando na área de formação.

Com o avanço da tecnologia, muitas áreas de trabalho surgiram e começaram a atrair mais pessoas, independente da idade ou grau de escolaridade.

Além disso, as mudanças do mercado têm feito com que as empresas comecem a se adaptar para novas maneiras de trabalhar, exigindo também o mesmo de sua equipe.

Segundo o diretor e fundador da consultoria em Recursos Humanos Recruitment, Alenilson Barbosa, a insatisfação com o atual trabalho e a falta de perspectiva para o futuro são alguns dos principais fatores que fazem o trabalhador tentar uma nova carreira, procurando um ambiente propício para desenvolvimento, criação e mais independência.

O especialista destaca que empresas que chegaram recentemente a Alagoas, com uma nova filosofia de trabalho, também acabam incentivando essa migração.

“A gente está passando por uma transição de grandes empresas se instalando no estado, com políticas de remuneração diferentes das empresas tradicionais. Os trabalhadores de empresas tradicionais se sentem lesados, eles poderiam estar dentro dessas outras empresas e a única forma de fazer isso seria com uma transição mais tranquila de função, investindo na sua carreira, fazendo com que seja notado por essas empresas contratantes, entendendo a cultura organizacional desses locais”, explica.

(Foto: Arif Riyanto/Unsplash)
Área de tecnologia é uma das que mais tem ganhado espaço no mercado. (Foto: Arif Riyanto/Unsplash)

Daniel Lins, de 25 anos, cursou Direito na Universidade Federal de Alagoas (Ufal) e pensava em estudar para concursos, mas acabou mudando de área e indo para uma nova graduação: Análise e Desenvolvimento de Sistemas. Atualmente, ele trabalha com programação, desenvolvendo sites e aplicativos para congressos e eventos.

“Sempre gostei de tecnologia, mas encarava como um ‘hobby’. Principalmente quando entrei na faculdade de Direito, com 17 anos, minha cabeça ainda era muito fechada. Nas escolas aqui em Maceió sempre se colocava muito ‘Direito, Engenharia e Medicina’ como os principais cursos e isso pega muito na cabeça de um adolescente que ainda não tem 100% de certeza do que quer. Por conta disso, tive que vivenciar na prática um outro curso para entender que aquilo que eu considerava apenas um ‘hobby’ poderia ser meu trabalho principal: a programação”, explica.

Segundo Daniel, o período de isolamento social durante a pandemia contribuiu bastante para a decisão, que foi tomada no final de 2020. O estudante diz que o momento trouxe reflexões importantes sobre trabalhar em uma área em que se tem afinidade visando ter estabilidade financeira.

Para quem pensa em mudar de carreira, por estar infeliz no curso ou na profissão, Daniel aconselha experimentar transformar em trabalho aquilo que é considerado apenas como um hobby.

“Certeza na vida a gente só tem da morte, então entrando numa nova área realmente não se sabe se vai ter sucesso, mas sendo algo que exista afinidade, o trabalho vai ser muito mais prazeroso. Trabalho é trabalho, não é que a pessoa vá deixar de trabalhar, de se dedicar, de se estressar, mas pelo menos fazer isso em algo que você se orgulhe e tenha afinidade”, conclui.

Quero mudar de carreira, o que devo fazer?

Seja por estar infeliz na área, ou por não estar satisfeito com os ganhos da profissão, a decisão de sair de uma profissão e ingressar em outra pode não ser tão simples como parece.

De acordo com Alenilson, o profissional deve se atentar aos movimentos do mercado para migrar de carreira, pesquisando e traçando metas. O diretor recomenda o candidato a estar atento o aos investimentos e empresas que estão se instalando no estado, além de sempre buscar capacitações e cursos para enriquecer o currículo.

“Se o profissional está vendo que uma empresa varejista está se instalando aqui, ele tem que entender quem é essa empresa, onde ela está no nosso país, quem ela representa e como ele pode almejar um determinado cargo dentro da estrutura organizacional da empresa. E aí ele vai se capacitar para isso, fazer um curso de administração, de logística, ou financeiro, que seja, mas com um objetivo claro e concreto”, salienta.

Além disso, é importante ter um fundo de reserva ao decidir mudar de área, já que ao iniciar em outro ramo, a experiência começará do zero e a remuneração poderá não ser a mesma.

As áreas mais procuradas em Alagoas

Devido a grande demanda varejista em Alagoas, Alenilson explica que a necessidade de empresas prestadoras de serviços é muito grande, sejam consultorias, contabilidade ou marketing. Além dessas, as áreas de tecnologia, de serviço (gestão de pessoas ou áreas gerenciais) e de hotelaria são as mais procuradas.

“Seja financeiro, departamento pessoal, gerência, eles estão buscando qualificar sua equipe para cada vez mais a sua operação conseguir rodar de uma forma mais fluída, evitando assim o amadorismo. A gente passou décadas e décadas com profissionais medianos, e hoje com a tecnologia e com o acesso à informação na ponta do dedo, as empresas vão se transformar cada vez mais em empresas exigentes”, observa.

Em Alagoas, cargos de contabilidade, financeiro e recursos humanos deverão estar entre as tendências de 2022, segundo o especialista. Além delas, a área de Tecnologia da Informação também deverá ganhar mais espaço, sendo cada vez mais essencial dentro das corporações nos dias atuais, seja com atuação em programação, software ou usuário.

“Vai ser essencial toda empresa ter o seu setor de RH para gerir exatamente os conflitos que possam vir a existir, as novas leis que estão em prática. Eles estão ali para auxiliar e dar o suporte mais humano dentro da empresa. Quanto à área de tecnologia, o seu posicionamento digital, de marketing, vai carecer principalmente do profissional de TI, e ele será altamente demandado”, conclui.


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