Quem aguardava pela oferta pública inicial (IPO) do Nubank ganhou uma nova esperança na última quarta-feira (27). A empresa divulgou que entrou com pedido confidencial de registro preliminar de IPO, com as ações sendo ofertadas na bolsa de valores americana.
Na B3, a oferta protocolada junto à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) foi para a negociação e distribuição dos Brazilian Depositary Receipts (BDRs). Estes são certificados que representam ações emitidas por empresas estrangeiras e permitem ao investidor brasileiro comprar os papéis sem precisar abrir conta no exterior.
Mas por que fazer o IPO na bolsa americana?
Segundo o economista Pedro Neves, a estratégia do Nubank é abrir o capital para obter recursos para realizar novos investimentos na empresa, seja em tecnologia ou em oferta de crédito para ampliar a base de clientes e fazer concorrência com grandes players como Itaú, Santander e outros bancos.
A oferta na bolsa americana é uma forma de captar esse recurso em moeda mais forte que o real. “Ir para o mercado americano é uma estratégia muito interessante porque lá eles vão captar dinheiro em dólar, então essa valorização mundial da moeda vai favorecer muito a captação, assim como fez a Stone, a XP. O que é um grande investimento pra gente é um pequeno investimento para o investidor americano”, explica.
O especialista relembra que o banco digital recebeu recentemente um aporte de US$ 500 milhões do maior investidor do mundo, Warren Buffett, por meio da Berkshire Hathaway, o que fortaleceu a tese do investimento internacionalmente.
De acordo com informações do Broadcast, o IPO pode ocorrer ainda este ano, entre o final de novembro e dezembro, com valuation entre US$ 50 bilhões e US$ 70 bilhões (de R$ 280 bilhões a R$ 390 bilhões, no câmbio atual).
O Itaú Unibanco (ITUB4), que possui o título de maior banco privado do país, está avaliado em pouco menos de R$ 230 bilhões, enquanto o Bradesco (BBDC4) vale aproximadamente R$ 190 bilhões.
Para quem está pensando em considerar o Nubank como investimento, Pedro recomenda estudar os fundamentos da empresa. “O investidor brasileiro vai ter a opção de comprar BDRs nas corretoras brasileiras, ou abrir conta em corretoras que operam diretamente na bolsa americana”, explica Neves.
O conteúdo apresentado nesta matéria é apenas informativo, não se tratando de recomendação, indicação e/ou aconselhamento de investimento, sendo única e exclusiva responsabilidade do investidor a tomada de decisão.
