Em novo aumento, Taxa Selic supera estimativa e sobe para 7,75% ao ano

(Foto: Marcello Casal/Agência Brasil)

Decisão foi tomada em reunião do Copom nesta quarta-feira (27).

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidiu, nesta quarta-feira (27), por mais um aumento da taxa básica de juros, a taxa Selic, que passa de 6,25% para 7,75% ao ano. Este é o sexto aumento da taxa em 2021 e superou a estimativa do mercado, que era de 1 ponto percentual.

Até o fim do ano, o comitê prevê que o indicador chegue a 8,75% a.a. Para 2022, a expectativa é de 9,75% a.a., terminando o ano em 9,50%, e reduzindo para 7,00% a.a. em 2023.

A previsão de uma contínua elevação da Selic é justificada devido a piora dos índices de preços, e o o aumento da inflação.

“O Copom considera que, diante da deterioração no balanço de riscos e do aumento de suas projeções, esse ritmo de ajuste é o mais adequado para garantir a convergência da inflação para as metas no horizonte relevante. Neste momento, o cenário básico e o balanço de riscos do Copom indicam ser apropriado que o ciclo de aperto monetário avance ainda mais no território contracionista”, disse, em nota.

Trajetória da Selic

Depois de seis anos sem aumentos, a Selic segue em um ciclo de alta. A taxa permaneceu em 14,25% ao ano no período de julho de 2015 a outubro de 2016. Depois disso, o Copom reduziu os juros básicos da economia até a taxa chegar aos 6,5% ao ano em março de 2018.

A taxa voltou a ser reduzida em julho de 2019, chegando em 2% ao ano em agosto de 2020, o menor nível da história. Já em março deste ano, começou a subir novamente, indo para 2,75% ao ano e em maio, para 3,5% ao ano. Nos meses de junho, agosto e setembro, subiram respectivamente para 4,25%, 5,25% e 6,25% ao ano.

As reuniões do Copom acontecem a cada 45 dias. No primeiro dia, são feitas apresentações técnicas sobre a evolução e as perspectivas das economias brasileira e mundial, além do comportamento do mercado financeiro. No segundo dia, os membros do Comitê, formado pela diretoria do Banco Central, analisam as possibilidades e definem a taxa Selic.

O que é a Taxa Selic?

A taxa básica de juros serve de referência para as demais taxas da economia. Ela é usada nas negociações de títulos públicos emitidos pelo Tesouro Nacional no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic). A taxa é o principal medidor da inflação do país.

O Banco Central atua diariamente através de operações de mercado aberto, comprando e vendendo títulos públicos federais, para manter a taxa de juros próxima ao valor definido na reunião.

A finalidade do aumento da taxa básica de juros é conter a demanda aquecida. Entretanto, o aumento causa reflexos nos preços, já que os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Assim, as taxas mais altas podem conter a atividade econômica.

Quando a taxa Selic é reduzida, a tendência é de que o crédito fique mais barato, incentivando a produção e o consumo, reduzindo o controle da inflação e estimulando a atividade econômica.

As taxas de juros do crédito não variam na mesma proporção da Selic, já que a Selic é apenas uma parte do custo do crédito. Os bancos também consideram outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas.

Nesta matéria especial, você pode entender como o aumento na taxa Selic afeta o seu bolso.

Inflação em alta

Para este ano, a meta de inflação definida pelo Conselho Monetário Nacional, e que deve ser perseguida pelo Banco Central, é de 3,75% com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 2,25% e o superior é 5,25%.

No último Relatório de Inflação, que foi divulgado no fim de setembro, o Banco Central estimava que em 2021 o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fecharia o ano em 8,5% no cenário base, com a Selic em 8,25 ao ano e o câmbio em R$5,25. O próximo relatório será divulgado no mês de dezembro.

Devido o aumento dos preços da energia elétrica e dos combustíveis em setembro, a inflação chegou a 1,16%, a maior para o período desde 1994, quando atingiu 1,53%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Em 12 meses, o índice está em 10,25%, maior que os 9,68% que foram registrados nos 12 meses anteriores. Em 2021, a inflação já acumula alta de 6,9%.

Puxada pelo aumento dos preços de energia elétrica e combustíveis, em setembro, a inflação chegou a 1,16%, a maior para o mês de setembro desde 1994, quando foi de 1,53%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em 12 meses, o índice está em 10,25%, acima dos 9,68% registrados nos 12 meses anteriores. Este ano, a inflação já acumula alta de 6,9%.

A projeção do mercado é de uma inflação fechando o ano em 8,96%, de acordo com o boletim Focus. É a 29ª alta consecutiva da previsão das instituições financeiras.


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