Poupança tem retirada líquida de R$ 7,72 bilhões em setembro

Especialista explica que modalidade é mais utilizada pela população de baixa renda.

Em setembro, os brasileiros sacaram R$ 7,72 bilhões a mais do que depositaram na caderneta de poupança, informou, na última quarta-feira (6), o Banco Central (BC).

Essa foi a maior retirada líquida registrada para meses de setembro desde o início da série histórica, em 1995. Na comparação mês a mês, a retirada só não foi maior que janeiro deste ano, quando os saques tinham superado os depósitos em R$ 18,15 bilhões.

O economista e assessor de investimentos, Guilherme Lages, explica que esse movimento pode ser explicado pelo fato de a poupança contar, em sua maioria, com economias da população com renda familiar mais baixa.

“Quem está com dinheiro na poupança hoje é a camada da população de baixa renda, que é a maioria dos brasileiros. Quem conta com alguma assessoria de investimentos ou possui já um relacionamento com o banco não está investido na poupança, mas sim em produtos financeiros. Essa retirada da poupança, provavelmente, deve ser por alguma necessidade, despesa extra ou dificuldade financeira”, explica Lages.

Além disso, dados do Raio X do Investidor Brasileiro, realizado pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), mostraram que, em 2020, a caderneta de poupança perdeu espaço pela primeira vez em quatro anos, desde que a entidade começou a pesquisar a população economicamente ativa das classes A, B e C em todo o país.

Segundo o último levantamento, a poupança é utilizada por 29% dos investidores no Brasil, uma queda de oito pontos percentuais em relação a 2019. Enquanto isso, os demais produtos financeiros tiveram alta em 2020, com destaque para títulos privados, que ganharam três pontos em relação ao ano anterior, passando a ser utilizados por 5% dos investidores.

Com o desempenho de setembro, a poupança acumula retirada líquida de R$ 23,35 bilhões nos nove primeiros meses do ano. Essa é a maior retirada acumulada para o período desde 2016, quando os saques tinham superado os depósitos em R$ 50,54 bilhões.


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