Indicador FBCF teve alta de 3,3% em trimestre móvel terminado em julho.
O Indicador Mensal de Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) fechou o trimestre móvel em julho com alta de 3,3% e crescimento de 2,2% de junho para julho. Os dados são do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e registram uma expansão de 16% no acumulado dos últimos 12 meses.
Segundo o economista Pedro Neves, este é um índice específico para indústria, que vai tentar medir, período após período, se a indústria está tendo taxas de investimento maiores. Esses investimentos podem se dar por meio da compra de novas máquinas e equipamentos ou pela ampliação da produção.
Com essas informações é possível prever que a indústria também precisará contratar mais mão de obra — e, portanto, gerar mais empregos —, além de colocar mais produtos no mercado, o que resulta no impulsionamento de outros setores.
“O Ipea faz o acompanhamento desse indicador para saber se a indústria está fazendo esses investimentos, porque caso ela esteja, teremos alguns trimestres ou alguns períodos a frente com melhor desempenho também para os outros setores, incluindo a construção civil que faz parte da indústria”, explica Pedro.
E como isso afeta a economia?
Na prática, mais do que colocar mais produtos no mercado, o aumento da produção industrial também pode ser responsável por conter a inflação e exigir o aumento da produtividade de outros setores que lhe fornecem matéria-prima.
“Por exemplo, se é uma indústria de alimentos, ela vai estar demandando mais do setor agro, se é uma indústria que constrói máquinas ela vai estar comprando mais minério de ferro, mais aço, mais metal. Então, por isso é importante acompanhar”, destaca o economista.
Com isso, a elevação do Indicador FBCF representa um aumento na capacidade produtiva da economia, a reposição da queda do estoque de capital fixo e tende a revelar uma possibilidade de crescimento para os outros setores que dependem da indústria para movimentar o seu segmento.