Investimento no setor energético é o motor da reindustrialização de Alagoas

O Governo do Estado de Alagoas comprou recentemente R$ 93 milhões em ações da Algás – Gás de Alagoas S.A. tornando-se o principal acionista. Estas garantem posição majoritária com 58,5% da empresa.

A partir desta articulação, espera-se uma grande guinada para impulsionar o setor, por meio de políticas públicas modernas e atrativas que façam com que o estado desponte no cenário nacional e promova novas oportunidades de investimentos, principalmente, as dos fundos internacionais. 

Quando olhamos para o parque industrial do Nordeste, há uma hierarquia entre os principais produtores, com o estado da Bahia em primeiro lugar, respondendo nacionalmente por 4,1%, seguido pelo estado de Pernambuco com 2,5% e depois o estado do Ceará com 1,9%. Infelizmente, o estado de Alagoas aponta na penúltima posição com 0,6% de participação na indústria nacional, segundo os dados da CNI do ano de 2018.

Com a forte redução dos incentivos federais na área industrial brasileira, o setor caiu na estagnação, chegando quase a parar em nível regional, o que fez diminuir as vagas de empregos, renda e o desenvolvimento estadual.

Aliado a isso, as dificuldades decorrentes da crise do setor sucroalcooleiro, as oscilações no mercado internacional e a não concretização das expectativas quanto ao polo cloro-químico, onde apenas a Braskem sobreviveu ao longo dos anos, como fruto do projeto inicial. 

Quando falamos de indústria e ambiente favorável à industrialização, convidamos o leitor a entender alguns fatores que contribuem para a instalação de novas indústrias.

A primeira, é a presença de um forte mercado consumidor, e sobre isso, a demanda energética vem aumentando substancialmente. A segunda, é o ambiente tributário favorável e sobre este aspecto, sempre houve boas negociações no estado para atração de empresas e, por último, essa possível expansão da rede de gás contribuirá para a atração de novas indústrias para instalarem suas plantas no estado.

De forma unívoca, isso fortalecerá toda uma cadeia de produtos e serviços que proporcionam rodar a economia local, por meio de empresas de matéria-prima, embalagens, além de um infinito número de serviços que irão se  beneficiar com a possibilidade desses investimentos.

É isso, precisamos fazer esse esforço em diversificar a matriz econômica do estado impulsionando o processo industrial para fortalecer toda a cadeia produtiva. Assim ganha Alagoas, ganha o Nordeste e ganha o Brasil.


Dheiver Santos é professor, Pesquisador e Empreendedor. Cientista de Dados Sênior no Grupo Boticário/GAVB, Mentor de Negócios no Founder Institute Brazil, Pesquisador na Rede BRIDGE, Consultor Empresarial, Prof. Doutor Estácio de Sá – Alagoas ensinando cadeiras na área de tecnologia da Informação (Sistemas operacionais). Possui Doutorado em Engenharia Química pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) em parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Possui mais de duzentas produções científicas na base Lattes e mais de 15 anos de experiência de mercado.

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