Brasil foi primeiro país do mundo a ser escolhido para testar funcionalidades.
Com a concentração de diversas tarefas do cotidiano no celular, a preocupação ao ter o aparelho roubado aumenta, já que aplicativos de banco, redes sociais e email podem ser acessados pelos criminosos – principalmente, se a tela estiver desbloqueada durante o assalto ou furto.
Diante deste cenário, o Google escolheu o Brasil para testar três novos recursos que prometem proteger os dispositivos Android durante e após roubos ou furtos. O anúncio foi feito no último dia 11, durante o evento Google For Brasil – que apresenta tecnologias e inovações desenvolvidas pela empresa Google com alcance nacional.
A inovação já havia sido comentada no exterior, mas somente com Fábio Coelho, o Presidente do Google no Brasil, veio a confirmação: os brasileiros serão os primeiros do mundo a testar as novas funções Bloqueio por Detecção de Roubo, Bloqueio Remoto e Bloqueio Offline.
Entenda as novidades
Em setembro de 2023, lideranças do sistema Android visitaram o Brasil para entender o comportamento desses roubos e um caso se sobressaiu: a “gangue da bicicleta”. A quadrilha atuante em São Paulo serviu de “inspiração” para o desenvolvimento da função Bloqueio por Detecção de Tela.
Com o modus operandi da quadrilha em mente, o sistema de Inteligência Artificial do Google foi programado para entender movimentos bruscos e bloquear a tela do celular logo em seguida.
A empresa definiu um exemplo dessa movimentação como: “alguém arranca seu telefone da sua mão e tenta correr, andar de bicicleta ou ir embora”.
No entanto, durante a coletiva com a imprensa brasileira na semana passada, o Google admite que pode acontecer da função ser ativada equivocadamente seguindo a lógica de detecção da IA.
Já com a função Bloqueio Remoto, o celular em questão pode ter a tela bloqueada através de outro dispositivo apenas com o número de telefone em uso. A empresa revelou que criou esta função pois muitas pessoas não lembram da senha da sua conta principal.
Diferentemente do recurso “Encontre o Meu Dispositivo”, já existente nos sistemas Android e semelhantemente em seus concorrentes, a função “Bloqueio Remoto” não exige a senha da conta Google.
A empresa acredita que este pode ser o adicional de tempo necessário até que a vítima encontre detalhes da sua conta Google e possa dar continuidade aos comandos de segurança sugeridos em caso de roubo e furto, como bloquear ou limpar os dados do telefone remotamente. Entretanto, a empresa não explica se existe a possibilidade de bloquear a tela de um celular que não foi roubado nem furtado usando essa mesma função.
Por fim, o último aprimoramento (Bloqueio Offline) inova ao apresentar a possibilidade de bloquear a tela do celular roubado desligado ou desconectado de rede. A função é ativada após longos períodos do telefone desligado ou sucessivas tentativas de autenticação com erro.
Como testar as novas funções antirroubo
A novidade deve ser implementada a partir do mês de julho e é delimitada para exemplares do sistema Android 10+ compatíveis. Ainda, os interessados em experimentar as funções devem preencher um formulário específico com nome e sobrenome, e-mail e aceitar as permissões da Política de Privacidade do Google.
No artigo “Android: Protegendo os brasileiros contra roubo de celular e fraude”, além de explicar cada uma das funções brevemente, representantes do sistema Android reforçam o diálogo com o Ministério da Justiça e Segurança Pública do Brasil e parcerias com fabricantes, como Motorola e Samsung.
Em 2023, o Ministério da Justiça e Segurança Pública criou o aplicativo Celular Seguro, referência na denúncia de crimes como os mencionados anteriormente e a inspiração para a criação do Alerta Celular AL. No mesmo ano, quase 1 milhão de celulares foram furtados e roubados no Brasil, segundo o 17° Anuário de Segurança Pública.
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