Especialista recomenda investimento em ferramentas próprias de contato com clientes.
Mais um episódio de instabilidade das redes ligadas ao Facebook e o mundo parece entrar em um caos coletivo. O que pode ser apenas um incômodo para pessoas físicas vira prejuízo financeiro para empresas e profissionais que dependem de Instagram, WhatsApp e Facebook para realizar vendas.
O Facebook assumiu que o problema é global e, por volta das 18h00 desta segunda-feira (4), ainda não se sabia o motivo da pane. A empresa disse se tratar de um “problema de rede”.
Enquanto isso, empreendedores ficam de mãos atadas. É o caso de João Carlos de Albuquerque, proprietário da Willi e Cakes, empresa maceioense de salgados e tortas doces para lanches individuais.
Com a chegada da pandemia, a empresa migrou exclusivamente para o delivery, e com a queda do Instagram e do WhatsApp nesta segunda-feira, viu o número de pedidos cair consideravelmente.
“Nós abrimos às 16 horas. Em um dia normal, teríamos recebido uns 15 pedidos até o momento. Só agora, às 18 horas, foi que chegou o primeiro pedido, feito pelo nosso site. Até fiquei impressionado por receber um pedido”, conta o empreendedor.
O uso de canais próprios de comunicação, como os sites, é, inclusive, uma das recomendações do diretor de planejamento da agência Artecetera, Luciano Quirino, em uma situação como esta.
“Pra suprir um queda simultânea e súbita dessas ferramentas fica clara a importância de ter também ferramentas próprias que possibilitem contato e relacionamento com clientes, desde um site com bom sistema de CRM, um aplicativo próprio e o uso do próprio telefone”, explica.
O especialista relembra que a queda dos serviços do Facebook também afeta o trabalho remoto, já que boa parte da comunicação e troca de arquivos tem sido feita pelo WhatsApp. “Nessas horas vemos também a importância de utilizar o email para tarefas corporativas”, destaca.
Para a Willi e Cakes, ter o site próprio foi importante para receber o primeiro pedido do dia – já que a plataforma possui todo o cardápio da empresa e sistema para realizar a venda -, mas não foi o suficiente para mitigar o prejuízo.
“Temos o site, mas as pessoas estão mais acostumadas a mexer nas redes sociais. O Instagram ajuda o cliente a lembrar de fazer o pedido, e às vezes, os clientes até fazem o pedido pelo sistema do site, mas querem pelo menos uma pessoa respondendo elas, e como não estamos tendo contato do WhatsApp, não conseguimos ter os pedidos esperados hoje. Só nos resta esperar voltar [as redes sociais]”, afirma.