Taxa básica de juros aumentou 1 ponto percentual, passando de 5,25% para 6,25 ao ano.
O que está acontecendo?
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) divulgou, nesta quarta-feira (22), um novo aumento na taxa básica de juros, a chamada Taxa Selic, de 5,25% para 6,25% ao ano.
Ela é a taxa de referência para diversas aplicações financeiras, como Tesouro Selic, LCI, LCA, CDB e poupança, e anda lado a lado com a inflação, já que os juros influenciam diretamente no consumo da população.
As altas consecutivas na Selic já eram esperadas pelo mercado, principalmente após agosto registrar a maior variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para o mês desde os anos 2000.
Para tentar frear a inflação, uma das estratégias do Copom é aumentar a taxa Selic, já que com taxas mais altas, menos dinheiro circula e, como consequência, o consumo diminui, fazendo com que os preços abaixem ou se estabilizem.
Como essa alta afeta os consumidores?
O economista Pedro Neves explica que o impacto direto aos consumidores é praticamente nulo, porque o efeito sobre os juros bancários é baixo.
Mas, como, indiretamente, ela influencia outras taxas de juros do país, a exemplo do financiamento imobiliário e crédito para empresas, se a Selic aumenta, as demais taxas também acompanham essa variação.
“Com exceção dos contratos de financiamento de imóveis em que há modalidades indexadas à Selic, o aumento da taxa afeta mais diretamente os investimentos produtivos”, explica.
Então, como fica para os investidores?
Os investidores são afetados diretamente e indiretamente. Os diretamente afetados são os que investem no mercado de títulos públicos e de crédito privado, que têm sua rentabilidade indexada à Taxa Selic.
“Os investidores de renda variável, mercado de ações e fundos imobiliários também devem sentir impacto indiretamente. Isso porque, em geral, uma alta considerável na Selic tende a transferir investidores de renda variável para renda fixa, ao buscar maior rentabilidade com menor grau de risco”, ressalta Neves.
A Selic pode aumentar nos próximos meses?
A tendência é de novas altas nas próximas reuniões, que ocorrem a cada 45 dias. No comunicado emitido nesta quarta-feira (22), o BC também sinalizou um novo aumento de um ponto percentual para a próxima reunião, o que fará com que os juros passem para 7,25% ao ano – maior percentual desde dezembro de 2017 (7,5%).
“A expectativa média é de chegarmos ao final do ano com a Selic acima de 8%, mas há projetos com previsões de até 9%”, pontua o economista.